Congresso Mundial de Educação discute acordos para mobilidade

Budapest (Hungria), 7 de março de 2006

Durante a abertura do 7º Congresso Mundial de Educação em Engenharia “Mobilidade dos Engenheiros”, no último dia 4, diversos especialistas apresentaram conferências enfocando os acordos para mobilidade.

O ex-presidente da FMOI, Dato Lee, abordou o tema “Engenheiros e o desenvolvimento das metas das Nações Unidas para o milênio”, onde ficou registrado que a partir da assembléia gera pela ONU, em setembro de 2005, o desenvolvimento dos países será alcançado com investimento maior em ciência, engenharia e tecnologia.

Como exemplo Dato Lee citou a China, com 600 mil engenheiros por ano e a Índia, com 300 mil, contrapondo com 60 mil nos Estados Unidos. Ficou claro que governos de países emergentes buscam investir nessa profissão como forma de facilitar o desenvolvimento.

Lee também lembrou que a agenda 2003/2006 da rodada de Doha estabelece que se abra uma janela para a área de engenharia, oferecendo oportunidades de trabalho e a FMOI, junto com suas afiliadas, está trabalhando no sentido de apresentar à diretoria de comércio de serviços da OMC uma proposta de oferta em serviços de engenharia.

Sobre a declaração de Bologna, Alfredo Soeiro, da Sociedade Européia para Formação de Engenheiros, apresentou as principais mudanças que estão investidas na harmonização do sistema educacional, compatível com os três graus. Diante desse processo há necessidade de se fazer uma análise, na Europa, sobre a visão da acreditação e do reconhecimento das estruturas e qualificações da engenharia. O relacionamento entre o processo de mudança na educação e no sistema profissional está em discussão, onde as competências estão sendo enriquecidas, devendo um engenheiro trabalhar como profissional, devendo ser habilitado para resolver problemas gerenciando também pessoas. O novo modelo em discussão final na comissão de educação da União Européia certamente auxiliará a mobilidade européia na área de engenharia. Atualmente, um engenheiro que trabalha na Alemanha não está habilitado a desenvolver tarefas em Portugal ou outro país da comunidade.

Ainda sobre Bologna, precisamente sobre o programa de acreditação da engenharia, o professor Giuliano Augustin, coordenador do projeto para acreditação dos programas de engenharia para a Europa, apresentou as metas do projeto: estabelecimento do programa EUR-ACE (European Acredited Engineer), facilidade no reconhecimento trans-nacional, facilitar o reconhecimento mútuo dos acordos e aperfeiçoar a qualidade dos programas educacionais.

O programa foi aprovado recentemente na Comissão de Educação e Cultura da União Européia e será apresentado ao público num workshop na Comissão Européia, no dia 31 de março. Segundo Augustin, o processo não é fácil. Levará ainda alguns anos para ser adaptado por todos os envolvidos, que são mais de 40 países.

O presidente eleito da FMOI, Barry Grear, mostrou que os acordos que existem para equivalência de programas acadêmicos e prática profissional, bem como aqueles de comércio de serviços, são a convergência para a proposta para a construção de um padrão para o engenheiro mundial. Ele entende que, para se desenvolver, o engenheiro deve promover uma  grande discussão nas entidades e instituições de engenharia e na academia. Com a intenção de harmonizar a política de registro, acreditação e certificação buscam um padrão para um registro internacional.

Jones Russel, presidente do Comitê de Construção de Capacidade da FMOI salientou que a definição deste tema tem como objetivo o desenvolvimento seguro, estável e sustentável das estruturas, sistemas e organizações com ênfase no uso da motivação e inspiração das pessoas. Na opinião de Russel, a mobilidade dos engenheiros poderá ser efetuada com o uso de tecnologias avançadas, atraindo investimentos para o desenvolvimento econômico e social, melhorar a educação, provendo bases para negócios e empreendedorismo, além de reservar fundos para assistência  e movimentar os engenheiros em busca de oportunidades.

Tony Marjoram, da Unesco, comentou que a boa prática em ensinar e aprender ciência e engenharia precisa estar em comum reforço e promoção. O caminho para atingir as metas da organização estão pré-fixados no diálogo intercultural onde a construção da capacidade na engenharia. Em termos de mobilidade, dependem de uma transformação de cérebros nos países mais pobres, buscam o sonho do engenheiro sem fronteira. A Unesco aprovou a criação de um programa setorial para construção de ciência e engenharia para promoção do desenvolvimento sustentável, econômico e social dos países.

Colaboração: engª Carmem Eleonôra Amorim, assessora da presidência do Confea